domingo, 24 de fevereiro de 2008

Doze palavras ressoam na desordem dos dias:
saudade como um espinho que consola,
solidão, estado de ser e de ansiedade,
memória, imagens que lentamente se introduzem na sombra,
inevitabilidade, destino em que não acredito,
morte, esse fantasma que nos assalta os sonhos,
doença, sofrimento, cemitério e luto,
palavras que interligadas são sinónimo de vida interrompida,
Emília, o nome da felicidade proibida,
silêncio, o peso dos sons emudecidos,
poesia, a insistência em experimentar o sabor das palavras
apesar de serem de dor aquelas que me habitam.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Agora sei

Agora sei que não se deve amar pensando no futuro,
guardando as palavras e os gestos para depois,
agora sei que o amor não deve ser controlado,
transformado num ritual de hábitos,
convertido num lume brando,
escondido por detrás de uma cortina de normalidade.
Deve-se amar sem condições, infinitamente,
amar a vida, amar alguém, amar perdidamente.
Agora sei a falta que me fazes,
a sensação de vazio, a ferida persistente,
este medo do futuro e do esquecimento.
É inútil pensar que tudo poderia ser diferente
mas agora sei que o amor é a razão da felicidade.
Como é que se mede a saudade pelos calendários?