sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Fazes-me falta,
a cama é grande,
a casa está vazia de ti,
há palavras sufocadas na garganta,
palavras vestidas de negro
que nunca gostaria de habitar.
Fazes-me falta,
os dias repetem-se nos calendários
mas evito fazer deles efemérides,
os dias são apenas dias de ausência,
dias sem ti,
impossíveis memórias
porque o tempo não regressa.
Fazes-me falta,
os anos vão passar inevitavelmente
insensivelmente,
mas sem ti,
à tua revelia.
Fazes-me falta,
de todos os silêncios o teu é o mais definitivo,
o mais magoado
e rasga as paredes da minha tranquilidade aparente.
Fazes-me falta,
de todas as vozes só não ouço a tua
e os sons estão congelados no tempo
como imagens num álbum interdito.
Fazes-me falta
mas não há falsas promessas de reencontro
e a solidão é tudo o que me deixaste.

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