quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Senhora, partiram as naus e já não existes,
foi curto o tempo da felicidade,
ficaram tantas coisas por fazer
e o tempo é um oceano que tudo submergirá.
Tenho saudades de água e medos de marinheiro
a quem proibiram aproximar-se da praia
podendo vê-la de longe, ao anoitecer
quando a própria água se confunde com a impossibilidade.
Guardo os mapas e os vestígios das viagens,
tenho gavetas cheias de inutilidades,
coloquei o aquário vazio no meu quarto
e é nele que navego quando todos dormem.
Senhora, tornaste-te impossibilidade
mas morta não estás porque eu existo.

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