quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Da minha janela vejo um gato preto num quintal vazio.
O gato desloca-se livre e preguiçosamente
arqueando ao de leve o lombo entre as ervas molhadas.
Enquanto acerto o relógio pelas horas oficiais
fico a vê-lo a passear-se pelo seu espaço infinito.
Invejo a sua ausência de obrigações,
invejo a naturalidade dos seus movimentos.
Relutantemente fecho a janela e saio do meu quarto.
Talvez o gato continue no quintal
mesmo agora que estou longe de casa e escrevo sobre ele.
É verdade que gosto de gatos
e que não tenho qualquer superstição com gatos pretos
mas isso não dá um significado especial a esta poesia.

1 comentário:

Anónimo disse...

os gatos pretos por si só são uma amostra de um felino. e como qualquer gato de qualquer cor, são donos de si, contrariamente ao cão.
O que vê, ou melhor o que eu vejo através das suas palavras, é que o gato não tem horas marcadas, nem pressa para chegar a algum lado...
esta poesia é especial pelo gato e pelo que se pode tirar principalmente do que não está escrito.