sábado, 3 de dezembro de 2011

Desço às escuras as escadas do meu sonho
até chegar à cave onde estão as caixas dos segredos
mas há esfinges em cada esquina do labirinto
e não tenho a certeza de querer continuar a viagem
porque tenho enjoos e perdi o mapa.
Desço interminavelmente sem saber as horas,
sem saber que tempo decorreu desde a partida,
sem saber mesmo se os relógios continuam a funcionar
no interior desta casa que é a minha herança.
Desço enquanto espero o final do sonho,
suspenso que estou nas teias de uma memória construída,
desço como se ao acordar fosse esquecer a casa
e enterrar de vez todas as caixas dos segredos.

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