segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Alguém quis os homens à semelhança dos deuses,
cruéis, obcecados pela imortalidade,
capazes de sentir prazer com a dor alheia,
divididos entre a felicidade e uma qualquer miragem.
Alguém sonhou os homens com o pesadelo do Minotauro,
prisioneiros em labirintos apenas esboçados,
ansiando por uma liberdade que é sempre provisória,
antecâmara de uma prisão mais permanente.
Quem foi que permitiu aos homens ter visões de Prometeu
e recusar o paraíso dos rebanhos mansos
para descobrir a razão de ser no rochedo de Sísifo?
Podem ser filhos dos deuses, os homens,
deserdados, expulsos da bem-aventurança
mas são eles os construtores do futuro,
utópica residência de quem vive para além dos manuais.

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