sábado, 22 de janeiro de 2011

A memória de ti é atraiçoada pelas palavras
e apenas retenho fragmentos, peças soltas.
Perdi o teu cheiro,
a tua ausência tem mais profundidade do que a tua voz
que se perdeu também entre duas margens
e só eu naufrago neste silêncio líquido.
São pedaços de ti o que está nas fotografias
mas se as reunir todas num enorme puzzle de luz e sombras
não te terei inteira.
Aliás, todas as imagens de ti mentem quem tu foste,
são superfícies apenas a denunciar o que não se pode ver,
a aprofundar o sentimento de saudade,
a repetir que o tempo não retorna ao passado.
Restam-me ainda e sempre as palavras,
mentirosas, crueis ou piedosas
para não te deixar perder no esquecimento.

2 comentários:

Pilar Ribeiro (: disse...

O stor escreve mesmo bem ! É um poeta, já lhe disse que preferia dar os seus poemas em Literatura do que aqueles todos feios que nao se percebe nada. O stor escreve incrivelmente bem e cada poema seu mostra outro lado de si. Continue.
O stor é lindo !

Anónimo disse...

Uau, stôr... Este comentário aqui da Pilar está muito bom, não acha? Só fãs... E eu sou uma delas! Realmente... Era melhor dar os seus poemas nas aulas que os do Quintal. Enfim! Não se pode ter tudo... Mas não se esqueça do que disse - tem que fazer um poemazito para a Pilar e, já agora, para as meninas dos seus olhos também. =b Estou a brincar... "O stôr é lindo", como diz a Shakira.