terça-feira, 17 de maio de 2011

Não me peçam para ser feliz à força,
simplesmente não me queiram à vossa semelhança,
fiel devoto das futilidades convertidas em verdades.
Cada homem escolhe os seus próprios caminhos
e só depois de os percorrer
é que poderá saber se eles são à sua medida.
Como dizia o poeta António Machado,
é com os nossos passos que construimos os caminhos
e somos os roteiros percorridos
e aquilo que ainda falta percorrer.
Nos livros, as vidas parecem mais nítidas
mas não há nenhuma vida por empréstimo
e ninguém alcançara os horizontes em nosso nome.
Talvez eu esteja errado e vós estais certos
mas só mudarei de rumo quando disso estiver convencido
e não porque me prometeis tentadores paraísos.
Agradeço o vosso interesse mas prefiro ser eu a escolher
porque a vida é minha
e estou pronto a pagar as consequências das minhas escolhas.
Sei que gostariam de me ver feliz,
de me ver mais parecido com os vossos espelhos
mas existe em mim uma inquietação
que me obriga a tentar simplesmente ser quem sou
sem me procurar nos catálogos das vidas programadas.

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