quinta-feira, 30 de junho de 2011

Se alguma vez sonhei ser um cavaleiro andante
em busca de um qualquer santo Graal
penitencio-me.
O meu destino é não ter destino,
partilhar a condição das vítimas da Inquisição,
ser perseguido, sobreviver no gueto de Varsóvia
só para justificar a crueldade dos meus inúmeros carrascos.
Não fui talhado para os paraísos de encomenda
com velas, anjos, arcanjos e espíritos sem corpo
mas não esqueço os infernos reais que construíram
em nome das mais diversas crenças e razões.
Se alguma vez sonhei ser mais do que humano e mortal,
anjo ou demónio, o que sobrou das ilusões dos deuses,
penitencio-me.
Se sobreviver será na memória das palavras
e não terei remorsos por ter procurado a felicidade.

1 comentário:

António Franco disse...

Deixem-me respirar o pensamento
Nenhum homem é dono de outro homem
Não somos cães atrelados
Até estes me comovem!

Qual Deus, qual homem
Manipula impunemente
Enredando a tua mente

Tens medo de quê?
Sai do casulo
Liberta a mente
Beija as flores
Olha o sol sem peneira

Não dês ouvidos aos ismos
Não te deixes enganar pela democracia
Ela finge seriedade, mas engana-te

Cumprimentos
A. Franco