quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Acumulamos raivas, mágoas e penitências,
entretecemos os dias com os rosários dos silêncios
e quando a noite desce sobre as nossas casas fechadas
sonhamos os nossos pequenos sonhos encaixotados.
Usamos as palavras como se tivéssemos receio de revelar os sentimentos,
reverenciamos o passado e tudo o que é maior do que nós,
fingimos que vivemos só porque é decente fazê-lo
e ninguém acreditaria se fossemos loucos e humanos.
Apesar de tudo amamos com furor e desespero,
amamo-nos, amamos aqueles que nos são próximos,
amamos os estranhos e a distância, amamos o amor,
amamos até a falta de quem estávamos habituados a amar.
Por amor somos absurdos, disparatados, além das regras,
por amor somos profundamente humanos.

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