terça-feira, 22 de novembro de 2011

Não foste a minha Penélope
nem eu pude ser o teu Ulisses enfim regressado da viagem.
Fomos apenas o que foi possível,
aquilo que o tempo nos permitiu.
Depois de ti não me refugiei nos espelhos de Narciso,
guardo memórias, fotografias, objetos inúteis,
guardo tudo aquilo que ainda não foi corrompido pelo esquecimento.
A nossa história não teve um final feliz
mas não culpo os deuses insensíveis na sua imortalidade
nem me considero a vítima de todas as tragédias.
Não foste Penélope nem eu sou Homero para te perpetuar no poema.

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