sábado, 24 de novembro de 2007

A criança que fui

Aquela criança que brinca fui eu
mas na altura só tinha pressa de crescer
e a fotografia ficou tremida,
do meu pai só resta a sombra
e a casa do fundo, a minha velha casa,
foi rapidamente diminuindo de tamanho
até caber num pequeno recanto da memória.
Sei agora que o menino era feliz
mas tinha medo de que o tempo lhe fugisse
e vivia na ansiedade de não fazer o que devia.
Parou por momentos de brincar ao ver-me observá-lo,
não me reconheceu naquele em que se tornou
e foi então que tive a certeza de que eu fui ele.
Vejo-o ainda a fechar a porta
e a deixar-me fora do seu espaço de infância.

1 comentário:

Inês Torres disse...

(:

Hmm, estou de volta .