quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Não sei de que cor foram os dias que passaram.
Poderia dizer que foram todos cinzentos
ou que tiveram todos a mesma cor de sépia,
poderia insistir numa atmosfera de luto
e esquecer que apesar de tudo houve dias de luz,
poderia ignorar que o cinzento tem vários cambiantes
e que o negro pode transformar-se em arco-íris.
Houve dias opacos e dias estilhaços,
houve dias silêncio e dias tristeza e mágoa,
houve dias revolta cravejados de espinhos,
houve também dias inventário sempre interrompido.
Poderia tê-los registado nas agendas próprias
ou abrir um caderno especial para eles
mas não é isso que quero guardar na memória.
Os dias que passaram estão passados,
fui deles incómodo espectador e cúmplice, caminhante
e o que importa é o horizonte e a viagem.

1 comentário:

Donagata disse...

É isso mesmo. Importa agora fixares o horizonte e retomares a viagem.
O passado estará sempre presente, enquanto tiveres memória, mas terás de viver o presente para que possas construir outro futuro.