quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Quando te dei o último beijo
não sabia ainda que era a despedida
e que os meus lábios não mais tocariam os teus,
não sabia ainda nada do que depois seria,
o funeral, as condolências, os silêncios,
os rituais do luto e as flores.
Quando te disse até amanhã
acreditava que haveria mesmo esse amanhã
e muitos mais depois desse.
Quando te deixei no hospital
e regressei sozinho a casa
ignorava que seria a última vez para tudo
mas não dormi sossegado até receber a notícia.
Não tive pressentimentos nem suspeitas
e o dia que poderia até ser normal,
domingo antes de um feriado municipal,
foi o dia em que te ausentaste involuntariamente.
Mesmo que tivesse havido despedidas
a dor não seria menor nem a saudade.
Fica-me esse beijo e todos os outros que te dei,
ficam todas as tuas marcas na minha vida
e continuarás enquanto tiver memória.

2 comentários:

enrique esm disse...

uuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu

Anónimo disse...

Por vezes as palavras são a melhor maneira de traduzirmos aquilo que sentimos em determinada altura.
Com estes poemas dá para perceber melhor quem foi essa pessoa tão especial para si e para todos os outros. Eu como ex. aluna sei que ela era uma pessoa especial, meiga e compreensiva.Sei que adorava viver cada segundo da vida e disfrutá-lo ao máximo. Nem mesmo quando começou a ficar doente deixou de ser quem era.
Partiu demasiado cedo talvez, mas as boas recordações que tem permanecerão na sua memória. Quando tiver saudades dela, pode vasculhar na arca das recordações tudo aquilo que passaram juntos e verá que todo o tempo foi bem passado.
Nessa altura verá que não há nada de impossível porque os sonhos de ontem, são as esperanças de hoje e podem converter-se em realidade amanhã.

Beijinhos e felicidades para o futuro.