Entre os dias e os seus despojos resto eu,
frágil, inseguro, interrompido na viagem.
Esqueço e recordo ininterruptamente
num alucinado carrossel de sentimentos
mas as imagens vão-se desvanecendo na memória
até se transformarem em fantasmagóricas impressões de sombras.
Destino-me por vontade e omissão.
Entre o que escrevo e os silêncios magoados resto eu,
incompleto, dividido, separado de mim.
Uso as palavras para recordar que vivo
mas elas devolvem-me uma realidade deformada.
Destino-me ainda e sempre por teimosia.
Entre a razão e a inconsciência resto eu,
insubmisso, rebelde, desafiador dos deuses.
Faço dos silêncios a minha residência dos segredos
e mesmo assim não estou enclausurado em mim.
Destino-me porque não o fazer seria desistir,
acreditar que a felicidade pode ser dócil
como a promessa de uma obediência abençoada.
segunda-feira, 15 de março de 2010
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