domingo, 7 de março de 2010

Tenho um caderno de bolso onde me vou escrevendo.
Aliás, sempre me habituei a escrever aos pedaços,
fragmentaria mente,
como fragmentária é a minha vida e a de toda a gente.
Não sei se invento as palavras ou se elas me utilizam
(este é o velho enigma dos poetas)
mas é meu tudo quanto escrevo.
Quando os cadernos estão cheios vou-os substituindo
e guardo os antigos nas gavetas
mas quando a vida se esgotar
que poderei fazer senão assumir a posição dos cadáveres
embora contrariado, embora sob protesto?

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