sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A minha Ítaca de um dia a ter sonhado,
ilha-mulher rodeada pelas águas do meu desejo,
só existe agora nos exercícios da memória
e reconstruo-a pedra a pedra com as palavras
mas nunca fui grande arquitecto
e é inútil querer recuperar o passado.
A minha Ítaca submergiu na tormenta dos dias;
dela sobraram os calendários e alguns rituais
que vou repetindo para me convencer de que ainda sou Ulisses
e navego em direcção à esperança.

Sem comentários: