Mãe, conta-me histórias
enquanto ainda tiveres memória das coisas,
conta-me histórias para não ter medo do escuro
porque sou uma criança grande com muitos medos.
Não precisam de ser histórias de animais que falam,
não têm que ter princesas, dragões e finais felizes,
basta-me que a tua voz me faça regressar à infância
quando o mundo era uma perpétua novidade.
Mãe, conta-me histórias
para eu não pensar nas coisas de adulto que tenho que fazer
e nas palavras vazias que tenho que utilizar
para fingir os sentimentos que é suposto ter.
Mãe, diz-me porque é que tudo era mais simples antigamente
quando tinha um pátio para brincar.
Mãe, conta-me histórias
mesmo que pareça que não estou a ouvi-las.
Mãe, conta-me histórias
conta-me só histórias mesmo que saibas que não acredito nelas
porque já não consigo acreditar em nada.
Mãe, enquanto houver histórias eu posso talvez ser feliz.
sábado, 12 de março de 2011
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