quinta-feira, 24 de março de 2011

Não escrevo para os outros
porque acredito que não estão interessados em saber o que sinto.
Não escrevo para os deuses
para que tenham pena de mim
e alterem o destino a que me condenaram
até porque não acredito no destino nem nos deuses.
Não escrevo para mim
porque sentir-me quem sou incomoda-me
e as palavras abrem feridas
na minha pele marcada pelas memórias.
Escrevo, empurro a minha pedra de Sísifo
à procura do sentido da existência.

1 comentário:

Caucasiana disse...

Gostei deste pequeno texto. Seja o que for que o atormenta, na vida acontecem muitos males, há muita coisa que questionamos, muita coisa por que ficamos tristes, acontecimentos da vida que nos magoam e marcam profundamente, outros que passam simplesmente sem que nos lembremos alguma vez. Porém, se estamos neste mundo e vivemos, porque não deixarmos que os momentos maus constituam apenas uma impressão simples, que não se torne complexa num emaranhado de ideias secundárias que nos levam a deprimir mais e mais com as contínuas lembranças chegando ao ponto de nos questionarmos se há motivo para viver. Tudo é motivo para viver, porque mesmo tudo o que nos leva a questionar a nossa vivência constitui uma forma de vida, algo que é parte integrante dela, seja qual for o acontecimento, pois até morrer faz parte da vida.