domingo, 6 de março de 2011

Nunca fui agricultor
nem plantei batatas no quintal que não tenho,
nunca sujei as mãos de terra
e por isso não sei a alegria que possa haver nisso.
Sou homem da cidade,
das livrarias, dos centros comerciais, das luzes artificiais,
dos pores do sol no ecrã do computador.
Por vezes tenho saudades do pátio onde brinquei em criança,
do arco, dos berlindes, dos carros de lata, das caricas
mas nunca me sonhei conquistador de terra firme.
Não serei astronauta, médico, arqueólogo (a não ser das palavras),
não terei nome de rua ou estátua na praça
e sinceramente não tenho pena por isso.
Sou só o que sou, nem mais nem menos,
mas não prescindo de viajar no futuro
e a terra só terá de mim o meu cadáver.

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