As palavras são perigosas janelas
que mostram aquilo que não queremos ver
e não vale a pena tapá-las com cortinas
porque o tempo desgasta-as inexoravelmente,
transforma-as em espelhos de nós mesmos
e nesses espelhos reflecte-se a realidade que não somos.
As palavras são tentadoras portas
que nos dão acesso aos labirintos permitidos,
as antecâmaras da memória subitamente confundida
como um enorme puzzle de imagens e de ausências.
As palavras são as mensageiras do silêncio,
fugidias esfinges que trazem o deserto agarrado ao corpo
e miragens de outros lugares habitados pela felicidade.
Eu sou ainda o menino que se perdeu na vida
e continuo com a ilusão de coleccionar as palavras
tal como as crianças verdadeiras
colhem as conchas nas infinitas praias da esperança.
domingo, 8 de julho de 2007
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1 comentário:
Como jogas bem com as palavras!
Como as soltas deixando-as fluir ora ligeiras, ora fortes, ora agressivas, ora saudosas...
Talvez tristes, talvez ingénuas...
São as TUAS palavras e eu gosto.
Continua.
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