domingo, 8 de julho de 2007

Serenidade

Serenidade.
Na superfície das coisas,
No espelho transparente da luz,
Para além de um imperceptível arrepio,
A quietude, a imperturbabilidade,
A eternidade da matéria,
O rosto petrificado do tempo.
Os olhos fixos das esfinges
Que imagens vêm para além da realidade?
A água,
Líquido fogo que passa no interior da pedra
E das outras vegetais paisagens da memória,
Que sons recupera do original silêncio?
Serenidade.
E no entanto há tempestades invisíveis,
A revolta secreta dos submissos objectos,
Desejos que explodem nos recônditos da sombra.
Serenidade.
E no entanto a água que naufragou as esfinges
Resiste nos labirintos da terra devastada.

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